segunda-feira, 7 de julho de 2008

marcha LGBT 2008 - como foi.



Obrigado a tod@s!

até breve...

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Percurso


Príncipe Real

Rua de S. Pedro de Alcântara

Largo Trindade Coelho

Rua Nova da Trindade

Rua Garrett

Rua do Carmo

Rua do Ouro

Praça do Comércio

quinta-feira, 26 de junho de 2008

A primeira vez é agora

A primeira vez foi em 1974, nos meses que se seguiram a Abril, com a fundação do MLM (movimento de libertação da mulher) e a publicação no Diário de Lisboa do manifesto do MAHR (movimento de acção dos homossexuais revolucionários. Pela primeira vez as palavras impressas, gente a pensar e a agir. Para que a liberdade tivesse também a forma da libertação sexual e de género.

Depois no verão de 1980, com o CHOR (colectivo de homossexuais revolucionários), e a sua participação no desfile do 1º de Maio seguinte em que empunharam pela primeira vez cartazes de activismo “homossexual”, como se dizia na altura. E sem ter estado presente nestas ocasiões, ainda conheci a primeira sede, no velho e ocupado edifício da D. Carlos I..

Em 1991 voltou a haver uma primeira vez com a formação do GTH (grupo de trabalho homossexual do PSR) e, no 1º de Maio da CGTP desse ano, com cartazes e pancartas que desde então não largaram a manifestação/festa pelos direitos do trabalho, em Lisboa.

Nesse ano de 1991 a “Organa”, primeira publicação lésbica que antecedeu dois anos a “Lilás”.

Em Junho de 1995, com o GTH na discoteca Climaz, no que foi a primeira comemoração pública do orgulho na cidade. Lembro as escadas onde Al Berto declamou poesia e depois o Fernando cantou, lembro a magia de uma noite que, finalmente, deixava para trás os tempos da clandestinidade, do gueto.

Em Junho de 1997 no primeiro Arraial Pride organizado pela Ilga, no Jardim do Príncipe Real. Palco modesto, muita improvisação, mas uma festa que era de todos e de todas, respirámos e o ar era livre… No dia seguinte muitas reportagens nos jornais com fotos onde ninguém mostrava a cara. E mesmo as pessoas do activismo que o faziam eram menos do que os dedos de uma mão.

Em Setembro desse ano vimos os filmes do 1º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa e acompanhámos, no ano seguinte, o trabalho de elaboração do primeiro Manifesto conjunto, divulgado no 2º Arraial Pride. Assinavam-no GTH, a Ilga, a Opus Gay e a Abraço.

Em 2000 a primeira Marcha do orgulho. Pela primeira vez a confiança para descer a rua e ganhar o Rossio. Pela primeira vez pessoas a perderem o medo de se mostrarem tal como são, com os seus amores e todas as suas cores.

Em Maio de 2005 a primeira vez foi em Viseu, naquele que foi o primeiro e, até agora, único momento nacional contra a homofobia. “Os paneleiros há-dem morrer todos!”, diziam quem nesse dia se escondeu com raiva porque aquela cidade era a capital do orgulho e da solidariedade LGBT.

E em Março de 2006 em frente ao Patriarcado de Lisboa, a homenagear Gisberta, insultada depois de assassinada. E nesse ano, a primeira Marcha do Orgulho no Porto, o contágio à segunda cidade do país, nas ruas que Gisberta tinha percorrido e onde viveu. A transfobia a ser aí pensada pela primeira vez com a reacção necessária de que já não podemos abrir mão.

E no ano passado, a conduzir (novamente) o carro de som da Marcha, pela primeira vez com uma criança ao meu lado, a jogar gameboy entre os balões coloridos que fazem parte da sua vida.

E poderia ter sido este mês em Ljubljana, em Cracóvia, Moscovo ou em Harare. Sempre que a repressão e o preconceito nos fizerem lembrar que há quem seja perseguido, quem seja alvo de tortura e violência constante, quem não possa marchar sem ser na clandestinidade de leis absurdas e práticas criminosas.

A minha primeira Marcha ainda há-de ser. Será no próximo sábado a partir do Jardim do Príncipe Real. E todas as outras que estão para vir.

João Louçã

Vem à Marcha

quarta-feira, 25 de junho de 2008

São José Lapa apela à participação na Marcha LGBT 2008



actriz São José Lapa apela à participação na marcha LGBT 2008, sábado 28 Junho pelas 16h no Príncipe Real, em Lisboa.

Luís Lucas Apoia a Marcha LGBT 08



actor Luís Lucas deixa mensagem de apoio à Marcha do Orgulho LGBT 2008.

São José Lapa apoia a Marcha do Orgulho LGBT 2008

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Marcha que marcha

Acabo de chegar de Madrid e pelas ruas do bairro Chueca sentem-se já os preparativos para mais uma marcha do orgulho LGBT, que este ano será no dia 5 de Julho. As revistas, os jornais e os cartazes convidam à participação de todos, convocam a uma maior visibilidade de uma comunidade/grupo que alcançou visibilidade sem medo e com coragem. De regresso a Lisboa pensei ter um dia uma comunidade que se mexesse, que se contaminasse e se dedicasse unida a uma causa cada vez mais necessária. A causa LGBT é inclusiva, convoca toda uma sociedade a aceitar a diferença, não para imitar modelos de fora, mas porque realmente respeita a voz de cada indivíduo.

A primeira vez que saí à rua foi em 2005 acabava de iniciar a minha vida profissional na cidade e como gay desejava descer a Avenida da Liberdade (a seu tempo demasiado larga esta avenida), porque tinha já participado em paradas noutros países e parecia-me uma hipocrisia não fazê-lo no meu próprio país. Além disso, estava farto de ver um conjunto de pessoas com medo de dar a cara e preocupadas, sobretudo, com a imagem que os meios de comunicação davam de um grupo que sempre quis, quer ser livre e diferente. Pelo menos uma vez por ano era possível ver em marcha expressões já usadas no bar ou na festa temática.

Quando desci aquela avenida dei-me conta que era necessário convocar mais pessoas, muitas pessoas para que os governantes deste país se dêem conta do “fracturante” que é estarmos em pleno século XXI sem direitos. Como todos sabem, os nossos direitos não retiram direitos a ninguém e ampliam a nossa voz como sociedade plural que a Constituição contempla. Como todos sabem é preciso deixar de ter medo de exercermos a nossa cidadania e de nela marcarmos a vida em comum.

A marcha este ano abre-se a mais associações e colectivos e não há pois desculpa para não sair à rua e reivindicar o que tanta falta nos faz.

Espero que a marcha seja um lugar de contaminações para os anos seguintes (só vamos na nona marcha) e que as pessoas se aproximem e queiram de facto um país plural. Chega de esperarmos e de nos lamentarmos que a marcha já marcha.

André Soares

Venham à Marcha!

domingo, 22 de junho de 2008

Pessoas fracturantes?

Parece-me evidente o papel fundamental das manifestações LGBT e outras na conquista pela igualdade de direitos. Parece-me igualmente evidente o grau de discriminação que tod@s aquel@s em Portugal, vivem fora das normas de género e dos regimes heterossexuais. Vidas difíceis de serem vividas, sem condições de igualdade face a outr@s cidadãs/ãos. Pessoas “fracturantes”.

Vivemos num país que guardou para as mulheres preconceitos inaceitáveis, como provou a luta de mais de 30 anos, pelos direitos sexuais e reprodutivos. A legislação aprovada em decorrência do referendo mostrou que não é por aí que queremos continuar a ir. A democracia é de tod@s.

Infelizmente, continuam a existir pessoas a quem certos direitos fundamentais não são reconhecidos. Pessoas que não podem ver a sua relação reconhecida pela lei, em igualdade com outras relações, se assim o desejarem. Pessoas tratadas de forma inaceitável e desumana pela legislação e pela medicina, que guardam para el@s, obstáculos quase intransponíveis e processos que se arrastam anos. Pessoas que não podem chamar-se Antónia, porque diz no BI que, afinal, são António. Pessoas que não podem adoptar uma criança, apesar dos abundantes exemplos da institucionalização das crianças em Portugal, em situações lesivas dos seus direitos a terem uma família e uma educação. Pessoas que são excluídas da procriação medicamente assistida. Pessoas que são vítimas de preconceito, discriminação e de violência, por terem uma condição fracturante com as normas heterossexuais e sexistas. Enfim, uma multiplicidade de pessoas “fracturantes”.

Mas serão fracturantes as pessoas? Ou chegaremos a ser pessoas, com o sistema de discriminações múltiplas que as leis e as práticas sociais nos reservam?

Ou é fracturante o sistema que as considera fracturantes?

Queremos mesmo que estas pessoas (nós) continuem(os) a ser tratadas como não pessoas? Queremos viver num país que guarda para uns a condição de cidadãos e para outr@s, a situação de estrangeir@s, em liberdade condicionada? Ou numa democracia que trate tod@s como cidadãs/ãos de facto?

Participar na marcha pode ser um princípio de conversa, de reivindicação, de dizermos que estamos aqui. De dizermos que não queremos viver num país assim. Que queremos uma democracia para tod@s. Sem que nos trate como uma fractura.

João Manuel de Oliveira (investigador em estudos de género)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Fracturante é ficar parad@

Eu era contra a marcha LGBT. Não pela existência de uma marcha, enquanto forma de luta contra a discriminação ou pela exigência de direitos devidos. Mas na questão do orgulho LGBT, acreditava que a melhor forma de luta era viver a minha vida sem medos e encorajar os outros a vivê-la também. Além disso, não me identificava com as imagens mostradas na televisão, acreditava até que diminuíam a luta pelos direitos LGBT.

Até que em 2002, uma amiga minha me disse - "como é que tu, que lutas tão facilmente por outras causas, não participas na marcha LGBT?". Expliquei-lhe calmamente a minha opinião. E ela, com uma bofetada de luva branca, explicou-me a minha falta de solidariedade e até a hipocrisia e conformismo dos meus argumentos.

Mostrou-me que por eu viver a minha vida sem medos, não quer dizer que possua realmente direitos iguais. Mostrou-me que aqui em Lisboa ou em qualquer outra cidade deste país, existem pessoas com ainda menos direitos e para quem uma imagem ou uma palavra na televisão ou no jornal, com a qual se identifiquem, pode ser determinante no seu percurso de vida. Mostrou-me que ir à marcha LGBT é gritar a plenos pulmões que jamais aceitaremos ser discriminados e é acreditar que temos o poder de mudar este país em que vivemos.

Ao caminhar nesta marcha encontrei muitas pessoas com as quais me identifiquei, muitas outras com as quais nada tenho em comum. E é exactamente esta diversidade que, felizmente, é celebrada na marcha LGBT. Percebi que os meus preconceitos sobre a marcha eram apenas preconceitos.

Em 2008, quero ver mais heterossexuais, lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgéneros a provar que esta é uma questão de tod@s. É uma questão de direitos humanos mostrar que tod@s merecemos direitos iguais.

No fundo, é só a isso que se refere o orgulho (essa palavra que mete medo a tanta gente). Não nos torna superiores a ninguém, torna-nos apenas conscientes que só indo para a rua com o orgulho que temos em ser como somos, poderemos mostrar a nossa força e exigir os direitos que nos devem.

Não podemos negar a alguém o direito de casar, de adoptar, de mudar de sexo. Não podemos impedir alguém de expressar livremente o seu amor, ou a sua identidade. Não podemos acima de tudo discriminar alguém pela sua orientação sexual ou identidade de género. Não podemos permitir que o Estado, para o qual todos contribuimos, o faça, nomeadamente através de instituições públicas, como o Instituto Português de Sangue, que impede homossexuais masculinos de doar sangue, baseando-se apenas na sua orientação sexual.

Fracturante é ficar em casa, parad@ e não perceber que esta discriminação silenciosa me pode afectar a mim, a ti, à minha melhor amiga, ao teu filho, à tua mãe e a tantas outras pessoas que não conhecemos. E isso é só solidariedade.

Vasco Freire

domingo, 8 de junho de 2008

A 1ª vez foi a doer…

A 1ª marcha do orgulho a que assisti foi em Amesterdão, em 2005, estava na altura a viver lá temporariamente e como é evidente, toda a experiência é de uma outra realidade que não conhecemos cá.

Em Portugal, a minha 1ª marcha LGBT foi a 1ª marcha que se realizou no Porto. E foi a doer – participei no grupo organizador que ousava sair à rua, de uma forma que nunca ninguém tinha feito, numa cidade frequentemente tida como conservadora. Estávamos no ano de 2006, Gisberta tinha sido assassinada há muito pouco tempo. O movimento debatia-se com questões muito delicadas face a este hediondo crime e o tema da transfobia era, pela primeira vez, discutido intensamente.

Três anos depois, sei que todo o processo desta 1ª Marcha na Invicta, foi um risco demasiado grande. Os apoios que vinham de dentro do próprio movimento nem sempre eram os melhores. Mas fizemo-lo. Partindo de muito pouco, com quase nenhuma experiência, cometendo erros próprios de quem arrisca o que não conhece. Depois de muita discussão, entre @s mais céptic@s e @s mais optimistas, conseguimos estabelecer um consenso entre várias associações e colectivos – contávamos com a participação de alguns grupos não-LGBT que foram preciosos – e iniciamos o processo.

Toda a experiência de construção da marcha foi, para mim (e sei que para tod@s @s outr@s que lá estiveram) um dos momentos políticos mais marcantes da minha vida. A Comissão Organizadora, partindo de quase nada, foi um exemplo de democracia, de eficácia, de participação e de coragem política. Democracia, porque a estrutura sempre se preocupou em incluir tod@s nas discussões e decisões e sempre soube partilhar tarefas com a humildade suficiente de quem não quer saber se esta associação é melhor do que aquela ou faz mais isto do que a outra ou é mais LGBT do que a anterior. Eficácia, porque perante uma fasquia tão elevada, independentemente dos erros cometidos e contra tanto cepticismo e descrença, a marcha saiu à rua! Participação, porque desde logo ficou bem explícito que tod@s eram convidad@s – as diferenças políticas foram discutidas e resolvidas e a diversidade de colectivos e pessoas foi uma mais-valia feroz com que pudemos contar. Coragem, porque tod@s e cada um/a arriscou muito para participar nesta organização, lutou muito contra o medo de tod@s @s que nos vaticinaram ao fracasso desde o início e saiu em defesa de um projecto que contava com muito poucas armas para triunfar.

A 1ª Marcha LGBT no Porto aconteceu. Teve pouco mais de 200 pessoas. E foi um sucesso! De participação, de visibilidade, de cor, de alegria, de evocação da memória da Gisberta, de receptividade e ao mesmo tempo de repúdio popular. Era tudo o que uma marcha nestas condições poderia desejar. Na Marcha LGBT do Porto couberam tod@s os que lutam por um mundo mais igual, sempre respeitando a diversidade e as diferenças! Ela é por isso um exemplo para o movimento!

A Marcha LGBT no Porto vai já na sua 3ª edição e enfrenta agora o desafio do crescimento. Mas uma coisa é certa: ela veio para ficar! Já não faço parte desta organização mas tenho na memória, para sempre, a marca desse momento histórico e o orgulho (mais um…) de ter participado naquele que foi um dos acontecimentos politicamente mais importantes do movimento LGBT em Portugal.

Agora vivo em Lisboa e participarei na Marcha da capital, sempre impulsionado pela força desse momento que foi a chegada de tantas cores à praça D. João I, no dia 8 de Julho de 2006.

Bruno Maia

2º Video Promo Marcha LGBT '08

sábado, 7 de junho de 2008



28 Junho. 9ª Marcha LGBT Lisboa

APARECE. FAZ-TE OUVIR



foto por Cláudio Vieira.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Video Promo - Marcha LGBT Lisboa 2008



Pela Igualdade de Direitos e contra a Invisibilidade e a Discriminação.

A Marcha LGBT é de, e para TOD@S. Dia 28 Junho em Lisboa.

Aparece!


A marcha no YOUTUBE


sábado, 31 de maio de 2008

A revolução é um acto de amor

A revolução é um acto de amor, amor pelo que é subjugado, oprimido, pelo que não tem voz. Primeiro vem o amor, depois o poder. Nunca o poder absoluto e totalitário, mas o poder que confere a dignidade a quem nunca teve o poder. O poder de falar, de exprimir, de gritar a revolta contida, de trazer para a rua o que apenas se confinava a um espaço interior. Assim se constrói a solidariedade, a voz interior que se encontra no outro, um outro que partilha os sentimentos, um outro que partilha a luta, um outro que partilha a palavra e a acção.

A revolução é um acto de amor porque é um encontro, um encontro de aspirações de justiça, de aspirações de igualdade, de aspirações de liberdade. A igualdade perante o outro, a voz que se ouve, que não se desqualifica, que não se sufoca, que explode em todo o seu esplendor.

A revolução é um acto de amor porque reconhece a diferença do outro, porque a integra, porque a respeita sem condescendências, sem os limites impostos pelos anos de silêncio da história, da cultura e da ciência. A revolução é um amor que grita e que rompe com todo o tipo de silêncios.

A revolução é um acto de amor e, por inerência, não pode classificar o amor. Tanto silêncio sobre um amor que não ousava dizer o seu nome, o amor entre homens, o amor entre mulheres, o amor entre pessoas. Passou tanto tempo e esse amor ainda não encontrou a rua, ainda é vivido para dentro, ainda é vivido com o medo da opressão do outro.

A revolução é um acto de amor porque transcende as barreiras do que é normativo, linear e convencional. A revolução transcende o binarismo do género, do homem e da mulher, do masculino e do feminino; rebenta com todos os rótulos e categorizações.

A revolução é um acto de amor e o amor não se esgota na lei. Não é a lei que liberta as pessoas, são as pessoas que se libertam a si mesmas dos seus preconceitos, dos seus fantasmas, das suas prisões, dos seus medos em relação ao outro. É preciso conhecer o outro, entendê-lo, abraçar sem limites a sua condição de pessoa, o seu desejo de liberdade, a sua voz.

A revolução é um acto de amor porque visa a mudança. Mudar a mentalidade, mudar a condição, mudar a vida, mudar o mundo. Um mundo onde ninguém seja perseguido em nome do seu amor, um mundo onde ninguém seja odiado em nome do seu amor, um mundo onde ninguém se prive de assumir o seu amor, um mundo onde ninguém tenha de inibir e esconder os seus actos de amor.

A revolução é um acto de amor porque o amor é a liberdade. A liberdade de existir, a liberdade de projectar, a liberdade de sentir, a liberdade de pensar, a liberdade de gritar, a liberdade de ir para a rua, a liberdade de tornar público o que é íntimo porque a intimidade é a legitimação do que se é.

A revolução é um acto de amor porque luta contra os que querem que o amor seja impossível, contra os que o querem escondido, esquecido e silenciado. A revolução é a explosão das barreiras da opressão, é o poder de inventar novas formas de ser e de exprimir tudo o que temos cá dentro.

A revolução é um acto de amor porque amamos o outro pelo aquilo que ele é e será, pela sua luta, pela sua liberdade, pela sua condição.

A revolução é um acto de amor porque transforma, muda, desafia, vive e é sempre mais do que aquilo que sonhámos. A revolução não é o poder, é a subversão do poder, é a diluição do poder, é uma aspiração libertária.



Pedro Frazão (psicólogo)

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Orgulhosamente




As marchas do orgulho LGBT, do orgulho gay, do gay pride enfrentam sempre a crítica de “porquê sentir orgulho na homossexualidade – bissexualidade – transexualidade?”…
É a grande conversa de café, o grande debate social, a séria dualidade activismo/vivências privadas – mas orgulho em quê?!
Orgulho em oposição à vergonha!
À vergonha de não se ser heterossexual, vergonha de não se namorar a pessoa certa e esperada socialmente, vergonha de se ser minoria, vergonha de não se poder andar de mãos dadas na rua, carinhosa e apaixonadamente, vergonha de não se poder escrever casado ou casada no BI, vergonha de não se praticar o sexo esperado pelos pais, padres, professores, políticos, … Teríamos de opor uma palavra, uma emoção – o orgulho.
Orgulho em se ter uma orientação sexual que nos é própria, com toda a diversidade que ela possa trazer e não ter medo das consequências, tantas vezes assustadoras ao nível público ou privado.
Porque é que a discriminação positiva choca tanta gente? Não deveria chocar mais a invisibilidade dos amores homossexuais e bissexuais? Quando formos todos iguais, em vez desta democracia em que “uns são mais iguais que outros” não será necessária…Mas ainda o é!
A invisibilidade é o dia-a-dia: na família evitar dizer o nome da outra pessoa, com quem se sai à noite e onde, com que se vive; no trabalho esconder as férias, os jantares, os momentos privados; na escola por quem bate o coração – Porque não ter uma tarde e uma noite de visibilidade? Em que andar de mãos dadas não é mal visto pelos outros que andam também de mãos dadas? Em que não partem do princípio que fazemos parte da heterossexualidade, em que há espaço para se ser homossexual, bissexual ou transgénero – ou apenas nós próprios.

Assim, orgulhosamente gosto de fazer a marcha todos os anos – às vezes tenho a minha pessoa comigo, outras vezes não. Não é preciso estar a dar a mão a alguém naquele momento para saber que os meus passos valem mais do que só andar, estou a fazer o caminho para a igualdade no amor, orgulhosamente.


M. Joana

sábado, 24 de maio de 2008

LGBT Pride March Declaration



LGBT Pride March Declaration, 2008

Fracturing Discrimination
Lesbian, gay, bisexual and transgender (lgbt) pride exists in contrast to the shame that prejudice and discrimination tries to impose on us. We are proud because even amid so much insult, we are able to find pride in our identity and go against the closets of silence, fear and invisibility. Because the street sets the stage for all struggles and celebrations of diversity and visibility of our love, we want to show that in no way do sexual orientation and gender identity diminish who we are nor make us better than anyone else.

We are proudly accompanied today by people who are worried about human rights and who are fighting against sexist, homophobic, transphobic, racist and xenophobic discrimination which compromises the quality of our democracy.

The right to full citizenship, independent of sexual orientation and gender identity is not a “fracturing question” but rather “fracturing” is the existing discrimination in our laws and society that make lesbian, gay, bisexual and transgendered people second class citizens by default.

We want a society that equally honours and recognises the diversity of family models by law, because family is a free choice of individuals; a space for affection and lives to be lived in common, the state should not privilege any one family model to the determent of others. Therefore we demand that the constitution be upheld and honoured with regards to article 13 and so that civil marriage can stop being an exclusive privilege for “people of the opposite sex”. That the possibility of adoption be extended to all people and couples meeting the necessary conditions to be able to care for children. That artificial insemination be a possibility to all women who want it, regardless of their sexual orientation and whether or not they are in a relationship, because our families already exist and nothing justifies their lack of legal recognition.

“Fracturing” is therefore the current discrimination in the law that refuses equal recognition of relationships and family planning of lesbian, gay, bisexual and transgendered people.

We demand that legislative measures be taken to efficiently fight inequality of gender that persists and seems to be getting worse in our country. We demand women be granted full access to equality at work and in public space. We demand gender violence and discrimination be eradicated once and for all. We also demand gender identity be contemplated to the Principals of Constitutional Equality and legal measures be taken to recognise transsexual and transgendered self-determination in order to facilitate name and gender changes of national identity status and documents and speed up the medical physical adaptation process. “Fracturing” is the current legal void that obliges transgendered people to endure a long medical and judicial process, perpetuating discrepancies between physical appearance and legal documentation, opening the way to various types of discrimination in areas such as access to education, work and health.

Let us not forget that the state has particular responsibilities in the perpetuation of discrimination such as: through the Portuguese Institute of Blood refusing donations by men who have had sex with other men; allowing for prejudice to override whatever objective criteria and going as far as putting at risk all and every person needing a blood transfusion by compromising the adequate quality of blood collection.

It is fundamental to bet on effective prevention of biased influence by way of policies which promote equality of gender and combat discrimination and violence in all its forms. It is therefore imperative that State agencies and sectors such as health, education justice and security receive adequate and specific training so as we may have a more plural and secular society that knows how to live with diversity and how to combat fractures generated by discrimination.

We all and youth in particular have the right to inclusive and realistic education. Education where sexual education is supported by knowledge and scientific facts, education based on a non-heterosexist mould that deals with sexual orientation and gender identity, allowing for the prevention of discrimination to which we are subjected to in our everyday public and private lives.

We are people of varied origins, convictions; in possession of different knowledge and life experience. Today we are gathered on the street with heads held high knowing that the future depends on that we know to make of it.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

A minha Primeira Marcha

Decidi ir à minha primeira marcha em 2002 a convite de uma amiga assim sem mais.

O dia da marcha começou em Derby (Reino Unido), passámos ainda por Faro e por fim Lisboa. Vivemos as duas um autêntico périplo até chegar à Avenida da Liberdade nessa tarde. Ela nunca tinha faltado a uma marcha e eu de alguma forma a partir daquele dia também não. Embora nos tenha custado imenso chegar ao Marquês de Pombal naquela tarde, felizmente, @s deus@s conspiravam a nosso favor!

Dessa forma a minha primeira marcha não foi planeada. Aconteceu e tudo por um convite entre muitas, muitas correrias. É verdade que nunca tinha estado em nenhuma, mas não tinha preconceito ou esteriótipo algum. Simplesmente nos anos anteriores não estava em Lisboa por essa altura e, em última análise, ninguém me tinha convidado até à data, verdade seja dita!

Chegámos à Marcha já a meio da Avenida da Liberdade porque começara meia hora antes. A minha amiga conhecia uma série de gente. Eu não conhecia ninguém. Ainda assim não tive quaisquer expectativas ou medos infundados. Lembro-me na altura já ser assumida e mesmo que não o fosse não me via lesada por estar ali. A verdade é que ainda hoje acredito que teria ido à marcha fosse qual fosse a minha realidade. Estar presente na marcha, antes de tudo, significa que somos contra a discriminação, porque é disso que se trata.

Não me lembro do manifesto ou sequer do que aconteceu no fim e para onde se dispersaram as pessoas. Não me lembro de quantos seríamos. Retive apenas cores várias, gente gira, palavras de ordem e a imensa necessidade de estar novamente presente no ano seguinte, porque é contagiante e diz respeito a tod@s.

A partir desse dia passei a estar sempre presente! E este ano não faltarei...

Sara

terça-feira, 20 de maio de 2008

a (minha) primeira marcha

25 de Junho de 2005

a primeira marcha

Veio o grande dia, o dia da marcha.
Sai de casa e parti sozinho para a marcha.

Cheguei ao marquês e muita gente. A hora da apresentação do manifesto tinha começado. Vi amig@s, sorrisos preparadíssimos para começar… Mas eu não. Admito que foi um pouco difícil de início. Por um lado, não queria ser apanhado em fotos e câmaras dos meios de comunicação social. Não queria uma exposição involuntária a pessoas que me conhecem da vida dita normal. Contradição? Sim. Por isso afastei-me, fui comprar cigarros e consumar a minha indecisão.

As pessoas, as cores, as faixas e bandeiras, os adereços, a diversidade, os afectos, as mãos dadas, as vozes em uníssono. A marcha tinha começado. Foi de uma beleza refinada ver o orgulho desta afirmação - não é pedido nada mais do que igualdade.

Senti-me sozinho. Sei que teria sido muito mais fácil com alguém ao lado. Mas não fui ter com quem conhecia, fiquei a observá-los do passeio a desfilar, com a força e energia com que os conheço. Fiquei feliz por os ver e ver as muitas pessoas que participavam. Caminhei ao lado deles, pelos passeios como aqueles que preferem o anonimato e vêm ver só por curiosidade. Mas não foi esse o motivo que me trouxe. De qualquer modo, foi engraçado assistir a algumas reacções de quem via, dizem por mera casualidade.
A pouco e pouco, a minha apreensão foi se desvanecendo ao longo da avenida. Acompanhei a festa como os imensos (quase tantos quantos iam em plena estrada) que iam pelos passeios. A música, o ambiente. As palavras de ordem na música dos humanos. As palavras de ordem sem música. Gostei de ver a paz e alegria generalizada entre tod@s. Via gente conhecida, a desfilar, nos passeios.
No fim da avenida, encontro uma cara conhecida. Foi muito agradável. Ela aliviou um pouco do peso que sentia e, pouco a pouco, fui-me sentindo em casa. Com essa cara conhecida veio outra e outra e, vai na volta, vejo-me na meio da marcha junto com amigos e todas as outras pessoas.
A chegada ao rossio foi em alegria e de prazer ao ver as pessoas, iguais na festa e tão diferentes entre si. LGBT com um enorme H a acompanhar. A festa no bandeirão era vísivel a tod@s. É uma imagem fabulosa ver a esvoaçar nos ares de história do rossio, uma enorme miscelânea de cores. Principalmente, sabendo o que ela significa.

Nuno

(meu) ir à marcha. Divagações pessoais em formato argumentativo.

A primeira “marcha” LGBT a que fui, resumiu-se a uma ida ao Arraial, e portanto não à própria marcha em si. Lembro-me que na altura, as duas coisas eram pra mim quase vistas como sinónimos, e portanto aparecer num dos acontecimentos bastava – também agora percebo facilmente o porquê de escolher o arraial e não a marcha.

Como muitos, retirei-me a qualquer responsabilidade (social, politica, etc.) participativa no momento da marcha, argumentando para mim mesmo de que “o facto de aparecer no arraial era claramente uma forma de apoio” e que era, para além disso, suficiente para lutar pela causa. Tal como eu, centenas ou milhares de pessoas (LGBT ou não, mas acredito principalmente que as LGBT) seguem o mesmo fio de “raciocínio” – é fácil confirmá-lo pela discrepância de afluência que têm um momento (marcha) e outro (arraial).

A ideia que subjaz é a de que se está a dar apoio à causa mas de uma forma casual, não comprometedora (palavra interessante dentro do tema), de quem apareçe “por acaso” para beber um copo. A outra ideia que é normalmente expressa é a de que a Marcha em si é uma manifestação de exuberâncias, de provocação e excentricidade – tentando arranjar desculpas e argumentos que expliquem a falta de “motivação” que existe para marchar e dar a cara; e nao fazendo o mínimo esforço de compreensão dessas "exuberâncias".

Claro que por trás destes “argumentos” existe a questão base do anonimato. Claro que por de trás deles surgem também ainda o preconceito e homofobia (demasiadas vezes internalizada pel@s própri@s). Claro que ao arraial podemos tod@s ir sem qualquer “preocupação”, porque LGBT ou não, assumidos ou não, sempre vai dando aquele ar cool de quem é alternativo, tolerante e mente aberta, e de quem apoia imenso as minorias. Contudo, o ir à marcha implica à partida todo um conjunto de convicções que parece que a maioria não está pronta a assumir. Se isto já não faz sentido para tod@s os que se afirmam tolerantes, não preconceituosos,etc ; ainda mais triste o é pela incidência que este pensamento continua a ter dentro da(s) própria(s) comunidade(s) LGBT. Resume-se ao facto de que poucos querem dar a cara. Principalmente nós, LGBT,que não fazendo frente, vamos alimentando uma imagem e postura vitimizadora e apática em que nos desresponsabilizamos a nós próprios pela nossa vida – social, afectiva, emocional, etc. Os argumentos para isto surgem e multiplicam-se rapidamente, e ainda que não tenham qualquer validade lógica (“estas coisas não valem a pena”, “lá estão eles a provocar”, “eu só não vou porque não me identifico com estas formas de protesto”) sempre vão servindo para acalmar a consciência de que não estamos a fazer nada para mudar situações que interferem, a maior das vezes, directamente com a nossa vida.

Acredito que tal como a minha, a postura de muitas outras pessoas relativamente a estas questões se vai modificando. Que tal como eu reconheci o meu desconforto outros o irão reconhecer neles próprios. E isto não se trata apenas de consciência política e social, ou o que quer que lhe queiramos chamar, nem de uma questão de tolerância – essa palavra que toda a gente gosta de usar mas onde normalmente escorregamos com facilidade. É tudo isto, e mais. É um exercício de consciência individual, de perceber que não basta pensar tolerância, anti-homofobia ou anti-discriminação... mas antes praticá-las, sem qualquer tipo de medo ou embaraço por assumirmos essa postura.

Acredito, porque quero acreditar, que com a devida sensibilização, a tendência da motivação seja crescente para que estes temas passem de um plano de expressão íntima e inibida, para a rua, para uma expressão social de contornos cada vez mais alargados. Isto porque também acredito que cada um deve ter o direito de se expressar como bem entender, e da forma que @ faça sentir mais confortável, sendo que aqui cabem todo o tipo de manifestações – das mais exuberantes às mais subtis – tendo também estas últimas lugar na expressão pública.

Acredito também, e principalmente, no afecto (palavra preferida), na medida em que acredito que é o que nos move, e que é por e para ele que existimos, física e psicologicamente; portanto é-me complicado perceber como é que um conceito básico e transversal, pode ser propulsor de tamanhas consequências, debates e opiniões, como se de repente falássemos todos de coisas diferentes. Diferente é apenas a forma como ele se pode expressar. Não é melhor, não é pior. É só, e tão simplesmente, diferente -palavra complicada de aceitar sem deixar de associar a algo negativo.

Porque o meu afecto só é realmente “fracturante” (beijinho ao alberto martins, por exemplo) para mim e para os que me rodeiam, uma vez que a discriminação continua a ser legitimada em variadíssimas formas, e a igualdade de direitos ainda se mostra, muitas vezes, demasiado longínqua. Por tudo isto, o Marchar faz-me cada vez mais sentido - é importante, pertinente e necessário. É antes de mais também uma questão de cidadania, e por isso vou, cada vez mais convicto, e orgulhoso por ter reconhecido e aprendido a viver com as minhas responsabilidades e a saber defender as minhas convicções e causas. E se o faço pessoalmente no meu dia-a-dia, irei no dia 28 de Junho fazê-lo de forma colectiva, social, política...como exercício de cidadania.

Porque apesar do cliché,a união pode mesmo fazer a força.

Até lá!

:)

--

Carlos Gonçalves Costa.

greatcollapse@gmail.com

Organização da Marcha do Orgulho LGBT 2008


As organizações que fazem parte da Comisssão de organização da
Marcha do Orgulho LGBT 2008 são:
Website: http://www.lisbonfilmfest.com/




Website: http://www.ilga-portugal.pt/


Website: http://www.medicospelaescolha.pt/





Website: http://www.apf.pt/


Website: http://www.naoteprives.org/



Website: http://www.panterasrosa.com/









Website: http://www.sosracismo.pt/









As organizações que apoiam a Marcha do Orgulho LGBT 2008 são:







Website: http://ex-aequo.web.pt/




Website: http://www.clubesafo.com/







Website: http://www.umarfeminismos.org/

JUNTEM-SE A NÓS NO DIA 28 DE JUNHO!

Do Príncipe Real ao Terreiro do Paço


Arrancamos do Jardim do Príncipe Real, dia 28 de Junho, sábado, até ao Terreiro do Paço - Apareçam pelas 16 horas!

Manifesto 2008

FRACTURANTE É A DISCRIMINAÇÃO

O orgulho LGBT (Lésbico, Gay, Bissexual ou Transgénero) existe por contraponto à vergonha que o preconceito e a discriminação tentam impor-nos. Temos orgulho porque, por entre o insulto, fomos capazes de descobrir a nossa identidade e temos orgulho porque somos capazes de a afirmar contra os armários do silêncio, do medo e da invisibilidade. Porque a rua é o palco de todas as lutas e da celebração da diversidade e da visibilidade dos nossos amores, queremos mostrar que a orientação sexual e a identidade de género não nos diminuem nem nos tornam melhores seres humanos.

E estamos orgulhosamente acompanhad@s por todas as pessoas que se preocupam com os direitos humanos e que lutam contra a discriminação sexista, homofóbica, transfóbica, ou racista e xenófoba, que limitam a nossa democracia.

É que o direito à cidadania plena independentemente da orientação sexual e da identidade de género não é uma “questão fracturante”. “Fracturante” é a discriminação na lei e na sociedade que remete as pessoas LGBT para uma cidadania de segunda.

Queremos uma sociedade que reconheça a diversidade de modelos familiares com iguais oportunidades perante a lei. Porque a família é uma escolha livre dos indivíduos, lugar para a partilha de afectos e de vidas em comum e porque o Estado não pode privilegiar nenhum modelo em detrimento de todos os outros.
Por isso exigimos que se cumpra a Constituição no seu 13º Artigo e que o casamento civil deixe de ser uma possibilidade exclusiva para “pessoas de sexo diferente”, que a possibilidade de adopção e acolhimento de crianças seja alargada para todas as pessoas e casais com condições materiais e afectivas para delas cuidar, que a inseminação artificial possa ser uma possibilidade para todas as mulheres que a desejem, independentemente da sua orientação sexual e de viverem ou não uma relação de casal. Porque as nossas famílias já existem e nada justifica que continuem fora da lei.
“Fracturante” é por isso a actual discriminação na lei que recusa o igual reconhecimento das relações e projectos familiares das pessoas LGBT.

Exigimos que sejam tomadas medidas legislativas que combatam eficazmente a desigualdade de género que persiste e, inclusive, se agrava no nosso país. Que as mulheres possam ter acesso, em condições de igualdade, ao trabalho e ao espaço público. Que a violência e a discriminação de género sejam erradicadas definitivamente.
Exigimos ainda que a identidade de género seja contemplada no Principio da Igualdade constitucional, que se tomem iniciativas legais que reconheçam a autodeterminação das pessoas transsexuais e transgénero, que facilitem os processos de adaptação do nome e do sexo nos documentos de identificação, que agilizem os procedimentos médicos de adaptação do corpo.
“Fracturante” é a actual lacuna legal que obriga as pessoas transsexuais e transgénero a viver um longo processo médico e judicial, que perpetua a discórdia entre a aparência e os documentos, causando várias discriminações no acesso à educação, ao trabalho, e à saúde.

Não esquecemos que o Estado tem responsabilidades particulares no perpetuar da discriminação. Como por exemplo, através do Instituto Português de Sangue ao recusar as dádivas de homens que tiveram sexo com homens, com o preconceito a sobrepor-se a qualquer critério objectivo e a colocar mesmo em risco – para toda e qualquer pessoa que necessite de uma transfusão – uma triagem correcta da qualidade do sangue.

É fundamental apostar na prevenção activa do preconceito, com políticas que promovam a igualdade de género e combatam a discriminação e a violência em todas as suas formas.
É, pois, imperativo que agentes do Estado – de sectores fundamentais como a saúde, a educação, a justiça ou a segurança – recebam formação específica para que tenhamos uma sociedade plural e laica, que saiba viver em diversidade e que saiba combater as fracturas geradas pela discriminação.

Temos todos o direito, e @s jovens em particular, a uma educação abrangente, inclusiva e realista. Uma educação em que finalmente se concretize a educação sexual e para a cidadania, suportada em conhecimentos científicos rigorosos. Uma educação estruturada de modo não heterossexista e que aborde as orientações sexuais e as identidades de género, possibilitando a prevenção das diversas discriminações a que somos sujeit@s no nosso quotidiano público e privado.

Somos pessoas de muitas origens, convicções e diferentes saberes, mas hoje estamos juntas na rua com a cara levantada e a certeza de que o futuro só depende daquilo que soubermos fazer dele.

organização:


website: http://www.lisbonfilmfest.com/




website: http://www.ilga-portugal.pt/




website: http://www.medicospelaescolha.pt/




website: http://www.apf.pt/




website: http://www.naoteprives.org/




website: http://panterasrosa.blogspot.com




website: http://www.sosracismo.pt/






apoios:


website: ex-aequo.web.pt




website: http://www.clubesafo.com/




website: http://www.umarfeminismos.org/

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Subscrições

Albino Cunha

Ana Cristina Santos

Ana Feijão

Ana Prata

Ana Rita Godinho

Anabela Rocha

Ana Vicente

André Soares

Andreia de Oliveira

Bruno Cabral

Bruno Maia

Bruno Martins

Carla Ribeiro

Carlos Gonçalves Costa

Catarina da Silva Cordeiro

Cláudia Rita

Cristina Santos

Daniela Santos

Débora Aveiro

Elisabete Silva

Érica Postiço

Elizabete Silva

Fabíola Cardoso

Fernando Fontes

Fernando Gomes

Filipe Marques da Silva

Gabriela Moita

Gil Cunha

Gualter Baptista

Inês Reis

Inês Rodrigues

Isabel Advirta

Isabel Bento

Isabel Leal

Jó Bernardo

Joana Almeida

Joana Sequeira

João Louçã

João Manuel de Oliveira

João Miguel Martins

João Peste

José Luís Peixoto

José Soeiro

Karina Carvalho

Liliana Rodrigues

Luís Januário

Luís Lucas

Márcia Rodrigues

Marco Lourenço

Maria do Mar Pereira

Maria Pinto Teixeira

Maria Roque dos Santos

Marita Ferreira

Marta Matias da Luz

Margarida Ferreira

Miguel Vale de Almeida

Nuno Canha

Nuno Carneiro

Nuno Ferreira

Nuno Galopim

Patrícia Pascoal

Paula Marques

Paulo Côrte-Real

Paulo Nupi

Paulo Simões Mendes

Paulo Vieira

Raquel Freire

Renato Santos

Rita Tomé Duarte

Rosa Caldeira

Rui Zink

Sara Franco

Sara Martinho

Sara Nobre

São José Lapa

Sofia Cerqueira

Sónia Raquel Oliveira

Sérgio Vitorino

Susana Rocha

Teresa Tavares

Vasco Freire

Violeta Pereira